quinta-feira, 4 de junho de 2009

Ano BOM para jornalista...

É RUIM para quem não é.
Uma frase simples e que fala tudo: Ano bom para jornalista é ruim para quem não é.
Estive pensando nisso por esses dias, por causa do acidente da Air France. Muitas redes de televisão exploraram o quanto puderam. Tem aquela história de entrevistar um especialista da área para ficar mirabolando suposições sobre o que aconteceu.
Sobretudo o que mais me irrita é que os jornalistas não têm um pingo de respeito pelos familiares das vítimas. Poxa, isso é hora de fazer perguntas, de ficar filmando enquanto a pessoa recebe a notícia. Complicado.
Eu sei que a maior parte da culpa é nossa, é de quem assiste e estimula este comportamento, mas o meu protesto aqui não é nem para pedir empatia é para pedir bom senso.
Uma senhora estava tentando se desvencilhar dos jornalistas e mencionou um filho que morreu no acidente, uma das trocentas repórteres perguntou “era seu filho único?”. Por que a pergunta? Se fosse ia doer mais? Certamente que não, a dor de perder um filho é sempre a dor. Mas se fosse filho único seria mais sensacionalismo, parece que a jornalista ficou até desapontada quando ela respondeu “não, era meu filho do meio”.
Eu admiro bom jornalismo, sou simpatizante de reportagens e viciada em informação. Odeio jornalismo baseado em amenidades do tipo SPTV que parece mais ferramenta de controle da sociedade. Mas nada me deixa mais irritada do que o circo da humanidade, precisar de uma humilhação alheia para produzir audiência. E a falta de respeito com os familiares das vítimas, não só neste caso mas em todos os outros, só pode ser classificada assim.

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