sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Alternativa

Estava assistindo um filme com o comediante Chris Rock (adoro) e seu personagem está passando por uma crise de existencialismo pois apesar de uma carreira bem sucedida, casado e com dois filhos, ele se sente entediado. Vamos à fala:

“Dizem que a vida é curta e você pode ser atropelado por um ônibus, mas não é verdade, a vida é longa: você não vai ser atropelado por um ônibus e vai ter que conviver com suas escolhas pelos próximos 50 anos”

Fiquei pensando nisso. O poder da decisão, o poder das nossas escolhas.
São elas afinal que desenham nossa história.
Acabei de ler um livro chamado “Personalidades Restauradas”. A autora (Valnice Milhomens) faz uma analogia entre a alma humana ferida e magoada e a cidade de Jerusalém destruída e assolada. O livro tem um caráter muito espiritual, mas também envolve psicologia. As portas da cidade que estão destruídas ela compara com as nossas decisões, afinal a porta é onde decidimos o que vai entrar e o que vai sair. Se não tivermos a estabilidade emocional necessária para estabelecer nossas escolhas de maneira coerente os inimigos vão continuar entrando livremente para o nosso território.
Eu acho que todo o poder da tecnologia tem criado uma geração cada vez mais impaciente, que não quer e não consegue esperar. Isso faz da precipitação o mal deste século. As pessoas estão com pressa de ser feliz porque correm atrás de uma felicidade que está no futuro e nunca no presente.
Sabe aquele sonho que a gente corre e nunca sai do lugar? Com certeza é reflexo dessa busca desenfreada que raramente nos faz parar e analisar todas as circunstâncias antes de escolher uma opção.
A paciência é uma virtude que não se define em esperar e sim na atitude daquele que espera.
Hoje as pessoas se casam pensando em divórcio, aceitam um emprego com o famoso “só por enquanto”. Prestam mais atenção quando escolhem o que vão vestir na festa do que quando escolhem o curso na faculdade – tai o curso de administração que não me deixa mentir rs.
Resumem a vida a uma sucessão de fatos. Limitam a um raciocínio cronológico o tempo necessário para se conhecer bem uma pessoa e induzem os próprios sentimentos para as situações mais “convenientes”.
Acredito na teoria que fala que a felicidade é uma viagem e não um destino. E como em qualquer outra rodovia é necessário parar, abastecer, olhar o mapa e até pagar alguns pedágios.
As vezes quando leio o que eu escrevo parece uma daquelas críticas retóricas: “todo mundo está errado e eu sou a certa”.
Tudo que eu escrevo é baseado em minhas experiências e perspectiva. Eu sou uma dessas pessoas que estão na corrida, sou fruto dessa geração.
E reconhecer é o primeiro passo para mudar.

Um comentário:

  1. Bem parecido com o que eu penso..acho melhor parar e pensar por muito tempo, do que tomar varias decisoes rapidas e erradas!!

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